O Prefeito De Khadel Se Sente Honrado Em Ter [ MATTEO BIANCHI ] Como Morador De Sua Excêntrica Cidadezinha.

O Prefeito De Khadel Se Sente Honrado Em Ter [ MATTEO BIANCHI ] Como Morador De Sua Excêntrica Cidadezinha.
O Prefeito De Khadel Se Sente Honrado Em Ter [ MATTEO BIANCHI ] Como Morador De Sua Excêntrica Cidadezinha.

O prefeito de Khadel se sente honrado em ter [ MATTEO BIANCHI ] como morador de sua excêntrica cidadezinha. Aos seus [ 29 ] anos, ele é bastante conhecido pelos vizinhos como [ CROSSFITEIRO ]. Dizem que ele se parece com [ CHARLES MELTON ], mas é apenas um [ MODELO E INFLUENCER FITNESS ]. A ausência do amor em sua vida, deixou [ TEO ] um pouco [ EXIGENTE ] e [ EGOCÊNTRICO ], mas não lhe atormentou o suficiente para deixar de ser [ DETERMINADO] e [ LEAL ]. Esperamos que ele encontre a sua alma gêmea, quebre a maldição da cidade e consiga ser feliz!

triggers ─ menções de bullying, transtornos de aprendizagem e déficit de atenção

Giulia Bianchi queria mudar a vida da sua família. Mas um erro – ou talvez uma tentativa desesperada de sentir algo – mudou a dela primeiro. Nativa de Khadel, a maldição estava sempre presente, mas assim como sonhava em elevar o status social e financeiro da sua família, sonhava em; sentir algo como lia nos livros e via nos filmes. Claramente, a tentativa havia sido inútil. Qualquer faísca que pudesse ter achado que sentia na noite anterior havia se esvaído no amanhecer e, por sorte, o homem foi embora da cidade. Giulia, que também esperava que iria embora da cidade no começo do ano letivo para a universidade de Roma, foi pega de surpresa com os enjôos constantes, o cansaço excessivo, e não pode ignorar os sinais do iminente desastre nos seus planos.

Como todos na cidade, Matteo não era fruto do amor. Ele era uma inconveniência na história dos Bianchi. Por mais que Giulia tivesse decidido manter e cuidar do filho, não podia deixar de ser lembrada de tudo que não havia alcançado por conta da criança. Seus pais também haviam sido decepcionados pelo que acreditavam que seria o futuro brilhante da filha, mas os Bianchi acreditavam em cumprir o seu papel e assumir as consequências dos seus erros. Matteo era a consequência. 

Nascido no ápice do inverno, Teo era um bebê adorável. Apesar de não ter sido exatamente desejado, não deixava de ser uma criança encantadora, com bochechas tão redondas quanto o restante do corpo, e a pele levemente mais escura que lembrava o pai, desaparecido da vida de Giulia. Ela até tentou procurá-lo nos primeiros meses, mas não teve muito sucesso, com a família toda dele indo para fora de Khadel. Por mais que a criança não fosse parecida com os Bianchi, ele seria puramente Bianchi por fim.

Logo nos primeiros anos de vida, Teo começou a mostrar sinais de desajustamento e dificuldade de aprendizagem. Demorou mais para andar e falar que outras crianças. Não mostrava os mesmos sinais de desenvolvimento nas idades corretas. Giulia não conseguia passar tanto tempo quanto deveria com o filho, precisando trabalhar em mais de um emprego para que pudessem ter o mínimo de conforto. Definitivamente não conseguia ir com tanta frequência aos terapeutas e psicólogos infantis indicados seu causar um déficit no orçamento deles por meses.

Já no primário, não conseguia ficar parado por muito tempo para a classe, sendo constantemente enviado para a diretoria. Logo, ficou alto demais para sua idade, com os braços parecendo pesados demais para o seu controle. As roupas surradas e normalmente num tamanho menor que ele não ajudava nada para que ele se ajustasse com os colegas. Crianças podem ser francas demais, no limite do malicioso, e os comentários maldosos nunca lhes foram poupados. 

A cada ano que passava, as brincadeiras se tornavam cada vez mais maldosas. Por mais que Matteo se mantivesse calado, na dele, e sem perturbar ninguém além da sua mãe, que constantemente tinha que atender as reuniões relacionadas às suas dificuldades escolares, ele era um alvo fácil. Não revidava, escutava calado, e isso só fazia com que as outras crianças se aproveitassem mais. 

Foi numa surra particularmente dolorosa aos quinze anos que fez com que Matteo se jogasse com tudo na academia. Havia começado porque ele queria se defender. Mas, à medida que ele começou a se exercitar, Matteo descobriu coisas que nunca tivera antes: disciplina, determinação e um propósito. Nunca havia sentido como se estivesse no mundo para fazer nada, nunca se sentiu bom em nada, mas, de repente, havia encontrado algo em que se sentia capaz. E, com o tempo, as mudanças na sua aparência física se tornavam visíveis, assim como a mudança de atitude dos outros em relação a ele. 

Com isso, cada vez ele queria experimentar mais, ele queria ser melhor, mais desejado, mais bem tratado. Já não sabia se ele fazia isso porque desprezava os outros, ou porque desesperadamente precisava da aprovação dos outros. Talvez fosse culpa da maldição que não os deixasse sentir amor de verdade.

Ele foi encontrado pelas fotos e vídeos desengonçados de treino que postava e convidado a fazer alguns trabalhos de modelo, no final da adolescência. Um determinado ensaio que fez aos vinte e um anos se tornou viral, fazendo com que Matteo deixasse de ser um modelo qualquer para ser uma sensação da noite para o dia. Seu instagram explodiu e ele não sabia muito bem o que fazer, tendo que pedir ajuda de outros para conseguir administrar aquela nova vida.

Quem vê Matteo nas redes sociais encontra um modelo impecável, moldado à perfeição. Mas aqueles que ousam atravessar sua fachada cuidadosamente construída descobrem que a superfície é apenas um escudo — e que por trás dele há muito mais do que apenas um corpo esculpido. Aqueles que se atrevem a atravessar a fachada, são recebidos com uma assertividade mordaz que beira ao rude. Aos que são ainda mais atrevidos e decidem forçar o seu caminho para a vida dele, conhecem um lado muito diferente do egocêntrico narcisista que se importa apenas com a sua imagem física e descobrem um Matteo leal e dedicado, que só nunca aprendeu a confiar em alguém num nível profundo.

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3 months ago
O Punhal De Romena, Em Siena, Matteo & Helena

o punhal de romena, em siena, matteo & helena

Uma história como aquela, de vidas passadas desejando se reencontrar em reencarnações desmemoriadas, poderia ser uma perfeita história de filme. Talvez pelo cachê certo, Helena até aceitasse participar, parecia ser interessante a ideia de encontrar alguém predestinado a estar ao seu lado, alguém que lhe permitisse descobrir o que verdadeiramente era o amor.. Mas, ali estava ela, envolvida até os ossos, sem ganhar um centavo por isso. A ideia de que poder, porém, aquele pedido de Zafira despertou a curiosidade e a ânsia de descobrir de vez o que era o amor lhe fazia disposta a ajudar, muito mais do que descobrir o seu ‘grande amor’. Matteo, por outro lado, não tinha qualquer interesse em chamar aquela história como sua. A atenção que recebia já lhe era inconveniente sem que os rumores inventados pela população de Khadel se intrometessem nos seus dias sobre a maldição dos apaixonados. Não queria ser uma daquelas pessoas, mas a curiosidade lhe era maior do que sua falta de intenção em ser um participante ativo daquela situação, então ele se viu no encontro com Zafira e o grupo mais heterogêneo que poderia imaginar.

Tudo parecia uma burocracia demais com aquele aplicativo — que com certeza estava com um bug gigantesco por colocar Helena com a pessoa mais calada do grupo, Matteo — mas na cabeça da atriz as coisas eram tão mais simples. Não precisava gostar um do outro para realizar uma missão, até porque quantas vezes filmou obras de arte com pessoas que desprezava? “Um punhal? Não podia ser algo mais normal?” Perguntou retoricamente a Matteo parando ao seu lado para terminar de ouvir as instruções. A negra cruzou os braços, ponderando como poderiam fazer aquilo acontecer, afinal o antiquário era na cidade vizinha… Ela deu um longo suspiro virando o calcanhar para ficar de frente ao gigante. “Consegue descobrir onde é? Eu dou um jeito no transporte… Não vai ser um helicóptero mas acho que daria conta. Bora rápido moço.” Helena teria que cobrar alguns favores? Talvez, mas logo pegou o telefone e começou a digitar a procura de alguém que pudesse lhe ajudar.

Matteo não podia deixar de se questionar o que se passava na cabeça de Helena. Será que ela se via realmente tão acima e distante dos outros ou será que ela estava brincando? Não conseguia realmente decidir, mas não iriam ganhar nada arrumando encrenca naquele momento. Ele puxou o seu celular e começou a digitar as únicas coisas que podia ‘punhal + antiquário’ e procurar em qualquer um que fosse ao redor de Khadel. Ele deveria ter desafiado Helena a achar aquilo, afinal com todas as conexões que ela tinha, aquilo poderia ser bem mais rápido, mas depois de um longo suspiro, ele se manteve atento a qualquer possível sinal na sua tela de que estavam indo na direção correta. Foi no site de um antiquário em Siena que ele achou a coisa mais similar possível. Zafira não os havia ajudado tanto assim. Quem diria que a conexão com os espíritos não lhe dava coordenadas para o GPS? “Helena, eu acho que é esse aqui,” ele disse, mostrando a foto de um punhal numa redoma de vidro no site do antiquário Galleria Novecento.

Não demorou vinte minutos após Helena concluir uma ligação que um rapaz dirigindo um conversível apareceu na frente da loja. Matteo franziu a testa observando o conversível se aproximar. ‘Não tinha nada mais chamativo?’ Era o que se passava pela cabeça dele. Com seu famoso sorriso, Helena dispensou o homem que havia trazido o conversível e entrou no motorista, abrindo a janela para encarar Matt sem o vidro negro atrapalhando sua visão “Bora? Não temos muito tempo, senhor gigante.” disse com um sorriso brincalhão. Matteo poderia ter devolvido as palavras que estava sendo tão delicadas dela, mas decidiu que era melhor morder a língua. A situação já era enervante o suficiente sem que ele entrasse no jogo dela.

O som do motor ronco suave preencheu o ambiente enquanto ela ajustava os espelhos. “Faz tempo que eu não dirijo, mas acho que ainda me lembro de como fazer isso sem atropelar ninguém”, ela brincou, lançando um olhar rápido para Matteo. Ela colocou seus óculos escuros e acelerou para o caminho que o celular mandava, o vento bateu contra seus cabelos à medida que ela acelerava pela estrada. Dava para ver que os olhos dela brilharam com a liberdade que ela sempre irradiava quando estava ao volante, com um sorriso cantarolando uma música que tocava no rádio enquanto acelerava pelas curvas da estrada vazia deixava ainda mais claro o desprezo pelas regras de trânsito. Se sentia como Alice Cullen a caminho de Volterra!

Ao estacionar o carro, Matteo achou que suas pernas não iriam aguentar seu peso. Por Deus, ele iria ter que voltar de ônibus ou sugerir ele mesmo dirigir. Helena deveria estar tentando matá-lo. Não era possível que ela não soubesse a sua falta de direção. Seu estômago ainda estava embrulhado das viradas súbitas dada pela atriz nas estradas quando empurrou a porta, deixando o sino de boas vindas ecoar pelo local. O estabelecimento cheirava a poeira e sálvia. Matteo caminhou cuidadosamente entre as pilhas de objetos antigos, procurando o que haviam ido buscar até seus olhos pousarem na adega. A imagem do site não fazia jus ao objeto enferrujado e a sua intuição parecia correta ao dizer que aquele era o objeto. Havia algo de muito estranho no ar que cercava o objeto e atingia Matteo de uma forma que parecia pinicar sua pele. Ele cutucou Helena e apontou para a redoma. Esperava que ela entendesse que sendo ela a carismática, extrovertida, atriz, seu papel seria convencê-lo a entregar a adega para eles.

Não precisou de muito para Helena chegar ao comerciante, tentando parecer mais uma pessoa rica que desejava começar sua própria coleção de arte. A parte boa era que Sorrentino realmente gostava daquilo, tentando puxar assunto sobre outras peças antes de soltar “E esse punhal? Quanto quer por ele?” Helena, visivelmente animada, já tinha "adquirido" algumas peças naquela tarde, mas o simples “Esse não está à venda, senhorita” fez sua expressão mudar instantaneamente, como se um botão tivesse sido pressionado. Ela franziu a testa e, sem hesitar, perguntou novamente o preço. Afinal, ela poderia pagar, não tinha dúvidas disso. Porém, Agostino permaneceu firme, seu olhar tranquilo manteve em sua decisão: “Esse punhal só sai daqui para alguém que mereça”. Obviamente ela travou no lugar cruzando os braços sobre o peito, ofendida por aquela sentença. “E o que preciso para merecer ele? Ganhar de você em um duelo?” Por que teve que dizer aquilo? O rosto do homem se iluminou de uma forma, que o “Isso mesmo!” fez que Lena só olhasse para Matteo com uma só expressão, incredulidade. “Seu amigo poderia duelar pela senhorita se quiser.”

A ideia era absurda, mas não podia dizer não e, de certa forma, culpava Helena por aquilo. Esperava que eles pudessem pagar um valor simbólico pelo objeto e ir embora. Provavelmente não tinha valor nenhum para o homem e não iria ajudar ninguém além de um grupo exótico da pequena cidade. Mas claro que a tarefa não poderia ser tão fácil. Matteo não podia dizer que tinha experiência com adagas, mas quão diferente poderia ser de defesa pessoal? Ele pegou um punhal depositado por Agostino no balcão e o encarou a lâmina. “Vamos ver do que você é feito, rapaz” o senhor disse, acenando com a cabeça para eles seguirem para o fundo da loja. 

Saíram por uma porta aos fundos para uma ruela vazia. Agostino tomou uma posição a alguns passos de distância de Matteo, deixando-o confuso sobre o que deveria fazer. “Vamos, rapaz, eu não tenho o dia todo.” Matteo fez a única coisa que fazia sentido e tomou a posição oposta ao homem. Antes que pudesse se preparar, o mais velho começou a avançar em sua direção, brandindo o punhal como se fosse uma espada longa, fazendo Matteo tropeçar alguns passos para trás. ‘Que porra é essa?’ Era tudo que passava pela sua cabeça, enquanto se afastava para trás, com passos hesitantes, empurrando a mão do homem pelo lado oposto a lâmina quando achava alguma abertura. Havia descoberto rapidamente que não era bom em lutas de lâminas. Talvez um soco ou outro, numa briga de rua, mas o que quer que fosse aquilo não era para ele. Ainda tentava se desviar, quando sentiu o punhal rasgar a sua camiseta, perfurando também a sua pele no bíceps e o sangue quente deslizando pelo algodão. A ferida ardia levemente e havia desconcertado-o suficientemente para que ele caísse para trás e o homem colocasse o punhal debaixo do seu queixo.

Estava arrependido de toda aquela situação. Matteo estava se questionando se havia enlouquecido ao ter aceitado aquela tarefa quando um grito agudo perfurou os seus tímpanos. Uma jovem estava na porta dos fundos e parecia hiperventilar, os olhos fixos em Helena. Matteo teve vontade de grunhir, tudo que menos precisavam agora era de uma fã louca, mas a jovem começou a chamar o pai e, para sua surpresa, Agostino havia respondido. 

O desespero de Helena por aquela luta não foi apagado pela presença da garota, tanto que antes mesmo de se dirigir à fã, ela correu imediatamente para acudir Matteo. “Você o feriu! Por Deus! Matteo, você está bem?” Seus dedos trêmulos pegaram a blusa rasgada dele, tentando cobrir o local da ferida, embora o corte não fosse tão profundo quanto parecia à primeira vista. O simples gesto de tentar aliviar a dor dele revelava sua angústia. “Só queríamos aquele maldito punhal!” Ela acusou com a voz cheia de um desespero fabricado, assim como os olhos marejados de lágrimas, fingindo perfeitamente que seu coração apertava pela visão do homem ferido .

A garota que acabara de chegar entrou em pânico ao ver sua atriz favorita tão abalada, sua expressão de choque se transformando rapidamente em indignação. Ela olhou para o pai, furiosa, e avançou com passos rápidos, começando a discutir com o homem. “Dá logo essa velharia pra ela, pai! Por tudo que é sagrado!” Ela implorou, quase gritando, antes de se virar para o casal e pedir desculpas pelo que o velho havia causado. Agostino, no entanto, se manteve firme. Tentou explicar, com calma, que aquela peça era muito mais valiosa do que poderia imaginar, mas a raiva tomou conta dos olhos da jovem, que não parecia disposta a ouvir explicações. “Ela é Helena Sorrentino, pai!” A garota quase rugiu, os olhos brilhando de fúria. “Se você não vender essa adaga maldita pra ela, eu juro que nunca mais falo contigo!” A pressão na voz da jovem, misturada com o desespero de Helena, parecia colocar o comerciante em um impasse — um que ele claramente não queria enfrentar.

Ele inventou um preço simbólico, mas consideravelmente alto, o que fez a filha protestar imediatamente. “Pai, abaixa isso! Ela é Helena Sorrentino!” Ela exclamou novamente, e rapidamente ajustou o valor, decidida a garantir que sua estrela de cinema favorita saísse de lá com o punhal que tanto desejava. Sem hesitar, Helena pagou a quantia exigida, pegando o punhal com rapidez, como se temesse que o comerciante mudasse de ideia. Com um suspiro de alívio, ela limpou as lágrimas dos olhos e, em um gesto de gratidão, ofereceu uma foto à jovem, que aceitou sem pensar duas vezes, os olhos brilhando com a empolgação de ter feito algo importante.

Não demorou para que as duas saíssem daquele lugar caótico, tendo a discussão que ocorria dentro da loja sendo apagadas pelo barulho da cidade. Já na rua, Helena olhou para Matteo, que ainda estava visivelmente machucado. “Precisamos ir ao hospital. Você precisa tomar uma vacina e cuidar disso direito”, disse ela, a voz firme, mas cheia de preocupação. Ela sabia que o ferimento dele não era tão grave, mas a apreensão não a deixava relaxar.

( @khdpontos, @sorrentinosmuse )


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1 month ago

Matteo arqueou uma sobrancelha. Se aquele era o caso, se ela não se lembrava que ele existia, por que ela parecia se importar tanto com ele e sua opinião? Ou por que sequer estavam tendo aquela conversa? Ele sentia que o ponto de tudo havia passado por cima da sua cabeça e agora ele estava tentando montar um quebra-cabeça que as pessoas não se encaixavam. Matteo era do tipo que tinha uma quantidade muito limitada de atenção para dar, e agora ele só sentia que estava perdendo atenção desnecessariamente naquela conversa. "Eu não falei que você está forçando isso, falei?" Perguntou, falhando para ver onde ele tinha dito isso. Talvez Matteo fosse muito literal e não conseguisse fazer conclusões que não fossem muito óbvias, e talvez fosse isso que ela estivesse fazendo ─ tirando conclusões. Porém, as conclusões eram baseadas nas experiências de vida de cada um e, Matteo e Helena eram muito diferentes. Não esperava que eles teriam o mesmo ponto de vista. "O ponto todo de você acreditar nisso é que você está... tentando demais," Matteo se sentia sufocado. Será que ela não conseguia ver isso? Ele não era a pessoa que sentava e falava sobre milhões de assuntos por segundo, ou que abria seus sentimentos para qualquer pessoa. Tinham coisas que nem escrevia em seus diários. "E talvez você tenha razão, e ninguém seja inacessível, mas não necessariamente todo mundo tem o privilégio de acessar todo mundo, sabe?" A maioria das pessoas não conseguia ver quem era o Matteo de verdade ─ era assim que ele gostava, era assim que ele se sentia confortável. "E como você sabe disso? Nenhum de nós amou alguém." Havia escutado com atenção, mas não aguentou e comentou. Afinal, para ele não tinha uma maneira certa e uma errada, mas existia milhões de possibilidades de como eles poderiam se sentir ─ nenhum sentimento era realmente igual ao outr. "Você pode ler milhões de histórias de amor, e elas vão ser diferentes." Deu de ombros, pedindo um espresso. Ainda não tinha fome. "A forma em como você tentou me conhecer me deixa... me deixa encurralado. Eu não gosto de me sentir forçado. E foi assim que eu me senti." Ela não queria a verdade? Era essa a realidade. Para Matteo, talvez Helena fosse demais. Ou talvez eles apenas tivessem começado tudo com o pé errado. "Não tem pelo que você pedir desculpas," assim como ele não achava que precisava pedir desculpas. Eles apenas estavam sendo quem eles eram e ele preferia aquilo do quer ser forçado a ser legal. E, bem, se ela tivesse problema com isso, não tinha muito mais que ele poderia fazer.

Matteo Arqueou Uma Sobrancelha. Se Aquele Era O Caso, Se Ela Não Se Lembrava Que Ele Existia, Por Que

FLASHBACK

Helena inclinou a cabeça, observando Matteo enquanto ele falava. Primeiro, ela arqueou uma sobrancelha. Depois, ela deixou escapar uma risada baixa, sem humor sair dos lábios incredula. "Devo me sentir honrada ou ofendida?" O olhar dela deslizou pelo rosto dele, avaliando. Matteo falava como se não tivesse um pingo de interesse, como se realmente não se importasse. Mas Helena já havia lidado com esse tipo de defesa antes. Afinal, ela mesma já tinha usado. “Bem, não posso dizer que não te entendo.” Sua voz saiu calma, sem qualquer traço de irritação. “Não somos próximos, nem nada, mas… sei lá.” Ela tentou encontrar as palavras certas. Não era uma garotinha implorando por atenção, mas também não era ingênua. Sabia que a chance de tê-lo ao seu lado, caso ambos escolhessem, existia.

Ela suspirou, apoiando o queixo na mão enquanto um sorriso discreto brincava em seus lábios. “Matteo, eu sou atriz. Vivo cercada por homens que acham que são a coisa mais inacessível do mundo. Sabe qual é a parte engraçada?” Seus olhos brilharam com uma pitada de provocação, mas ao mesmo tempo com uma sinceridade rara nos dias atuais. “Ninguém é completamente inacessível.” Ela se recostou na cadeira, cruzando as pernas com a elegância automática de alguém que passou anos sendo treinada para brilhar sob os holofotes. “Mas relaxa,” continuou, como se estivesse apenas comentando sobre o tempo. “Você realmente acha que eu estou tentando forçar alguma narrativa de alma gêmea? Eu mal te conheço. Honestamente? Até antes de tudo acontecer eu nem lembrava de você.” Seu tom não era cruel, apenas factual. Ela deu um leve dar de ombros antes de soltar um suspiro suave. “O amor não é mágico como nos filmes. Ele não acontece em um instante perfeito, com trilha sonora ao fundo.” Seus dedos deslizaram distraidamente pelo cardápio sobre a mesa. “O amor é uma construção. Uma escolha diária. Porque, no fim, se você não escolhe todo dia ficar com alguém, como diabos vai conseguir aturar essa pessoa? Eu quero poder escolher amar minha alma gêmea. Quero olhar para a pessoa e sentir orgulho, carinho, desejo de estar junto, de voltar de viagem e...” ela novamente suspirou desviando o olhar para o cardápio, ver o amor acontecer era lindo, mas nunca senti-lo? Isso a agoniava "Só queria poder te conhecer por trás de tudo isso que você criou... Mas entendo seu ponto. Desculpe por qualquer coisa"

FLASHBACK

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2 months ago

Fazia muito tempo que Matteo não dividia intimidade com ninguém. E ele não falava de sexo. Ele sempre foi uma pessoa fechada, então o círculo de pessoas que realmente o conhecia era ínfimo e, para ele, parecia que quando alguém chegava muito perto, eles acabavam se afastando, de uma maneira ou outra. A situação era estranha. Exisia tanta familiaridade entre eles, ao mesmo tempo, Olivia havia crescido, e ele imaginava que outras mudanças haviam acontecido.

"Claro que significou, Olivia." Ele respondeu, soltando o ar. Não sabia como explicar toda a sensação do asco e mal-estar, ou sequer porque teve aquela reação. Na sua cabeça, era algum tipo de bloqueio ─ estavam perto demais de ser um casal de verdade e, por algum motivo, ele não podia aceitar isso. A história de maldição, por mais intrigante e curiosa que fosse, era difícil de aceitar. Uma força maior que pudesse controlar a sua vida, incluíndo a sua vida romântica, parecia mais ridículo do que aceitar sua parcela de culpa no ocorrido. Simplesmente não havia trabalhado o suficiente no relacionamento deles. Era jovem, tinha outras prioridades. Ele e Olivia estavam escalando para o topo de suas carreiras. Seria tolice que eles soubessem algo sobre amor aos vinte anos. Essas eram algumas das racionalizações que ele dava para ele mesmo. Matteo pegou o copo de vinho, usando-o como um escudo e uma distração, circulando o líquido dentro da taça antes de tomar um gole demorado. "Eu não sei o que dizer além disso, Liv. Como eu disse, a forma como aconteceu foi... estúpida. Mas talvez fosse inevitável." Talvez era para eles terem se separado e crescido separadamente, talvez destino existia daquela forma ─ certas coisas eram inevitáveis. "Talvez agora a gente só precise seguir em frente ao invés de ficar revivendo o passado."

Fazia Muito Tempo Que Matteo Não Dividia Intimidade Com Ninguém. E Ele Não Falava De Sexo. Ele Sempre

f l a s h b a c k : encontros

Observou Matteo com atenção, absorvendo cada detalhe. O modo como ele suspirou antes de responder, o jeito que o sorriso veio antes das palavras, quase como um escudo. Ela já o tinha visto assim antes. Matteo sempre foi uma incógnita, um livro que parecia aberto, mas cujas páginas eram ilegíveis para quem não soubesse decifrá-lo. Só que Olivia sabia ler algumas partes. Talvez fosse uma das poucas que realmente sabia; ela gostava de acreditar nisso. E, mesmo assim, ele ainda conseguia surpreendê-la. Quando ouviu o "não", seco e definitivo, uma parte dela se preparou para mais. Matteo nunca foi de falar muito, mas aquilo não era o suficiente. E então veio a continuação, e Olivia precisou se segurar para não rir, não de deboche, mas porque, no fundo, aquela era a resposta mais Matteo possível. Olivia piscou, inclinando ligeiramente a cabeça. Admitia sua dificuldade em lidar com o 'não', afinal, o tivera por anos em sua vida até se tornar a musa de Khadel e as bajulações serem muito presentes em sua vida. Mas ela optou por não dizer nada. Deixou que ele continuasse, observando como ele mantinha os olhos baixos, fixos no ponto onde suas mãos se encontravam. Olivia continuou o carinho gentil com o polegar alisando os dedos da mão masculina.

O silêncio entre eles não era desconfortável. Nunca foi. Os dois aprenderam a se compreender na ausência de conversa, mesmo quando discordavam, mesmo depois de tantos anos afastados. O calor da pele dele contra a dela era familiar, e Olivia se pegou apertando um pouco mais os dedos, quase inconscientemente, como se quisesse que ele lembrasse que ainda estavam ali. Que aquilo ainda podia existir. Então veio a acusação, ainda que sem julgamento, e ela arqueou as sobrancelhas. Andando em círculos? Talvez. Mas Matteo sempre foi mais direto, mais prático. Olivia, por outro lado, gostava dos caminhos sinuosos, os joguinhos de palavras, a manipulação. As entrelinhas eram sua zona de conforto. Mas ali não era sobre conforto. Não quando se estava confrontando o único rapaz por quem chegou perto de desenvolver sentimentos verdadeiros de paixão. Ela respirou fundo quando ele finalmente admitiu, pronta para a sua vez. Ele não queria estar ali, não por causa dela, mas porque toda aquela situação era desconfortável, e apesar de fingir muito bem com aquele sorriso no rosto e a postura elegante, ela concordava.

Olivia não levou para o lado pessoal. Sabia que ele não dizia aquilo para magoá-la, sabia que Matteo odiava falar sobre sentimentos, sobre qualquer coisa que o tirasse da segurança do seu silêncio. A confissão veio baixa, mas definitiva. E a mulher sentiu o peso dela se acomodar entre os dois. Não sorriu dessa vez. Não havia ironia, não havia provocação. Apenas olhou para ele, sentindo algo se remexer dentro de si. Algo que ela ainda não sabia nomear. — Bem, minha vez de admitir, então. Eu não deveria ter terminado daquela forma. Eu fui imatura, egoísta e não soube lidar com o que estava sentindo. — Sem mais detalhes. Talvez fosse doloroso ouvir que ela sentiu um asco repentino por ele, ao ponto de não conseguir vê-lo sequer para colocar um ponto final no relacionamento. Ela sabia que se ouvisse dele, ficaria magoada. Pior! Se ele não tivesse sentido, significou que naquela noite em que ela quase se apaixonou por ele, o sentimento não havia sido retribuído. Ela não sabia qual resposta era pior de ouvir. — Eu não deveria ter feito isso porque... — Ela bufou, sem saber como pôr em palavras sem se expor demais antes de ouvir a versão dele. — Lembra-se da noite dois dias antes da mensagem de término? Ela foi tão especial para você quanto foi para mim? — E o coração quase parou enquanto a tortura da espera pela resposta a cortava por dentro.

F L A S H B A C K : Encontros

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1 month ago

sms ✉ olivia & matteo

Matteo: Você sabe qual objeto você vai pegar no ritual?


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3 months ago

Foram sete anos. Matteo gostaria de pensar que ele não era a mesma pessoa que sete anos atrás, mas a sua mente ultra focada em um único objetivo poderia ter deixado ele tão alheio em outros assuntos, e assim não tendo evoluído tanto quanto imaginava ou gostaria. Não podia julgar todos que o consideravam um grande obtuso, porque se fosse honesto consigo mesmo, parecia que a única coisa aonde ele realmente fazia um progresso tangível era no tamanho do seu bíceps. Mas faria alguma diferença? Se desse abertura ou não as pessoas ao seu redor, tudo acabaria da mesma forma. Exatamente daquela forma em que se encontravam, reconectando após anos de um momento decisivo. Ao menos, como lidava com tudo aquilo lhe poupava da vergonha que estava sentindo naquele momento. Não parecia ter sido a intenção, mas não sentiu que a alfinetada havia sido menos mordaz pela falta de intenção. Às vezes as palavras poderia doer mesmo quando bem intencionadas, ainda mais quando eram verdadeiras. Afastar Olivia havia sido uma intenção deliberada, mas ao mesmo tempo um reflexo automático do sentimento de repulsa interno. Como ela, ele também não soube lidar com aquilo. Ousaria dizer que se sentisse aquilo naquele momento, continuaria sem saber lidar. Talvez não se escondesse, mas talvez sua resposta seria tão rudimentar quanto dava para todas as outras pessoas. Talvez se ele conseguisse tratá-la como qualquer outra pessoa seu desconforto seria apaziguado, afinal, Matteo não se importava com os outros. Mas se importava com Liv. "É..." Concordou, levando uma mão para trás da nuca num gesto de desconforto. Aquela conversa era certamente mais esmagadora que todos os cem kilos que podia levantar em um agachamento. As palavras que estavam engasgadas em sua garganta teimavam em não sair. Nunca havia sido bom com as palavras. "Eu também deveria ter ido conversar com você," Matteo não conseguia perceber se o som meio entrecortado era apenas um figmento da sua imaginação, que não conseguia consciliar com as palavras que saiam da sua boca ou se realmente soava esganiçado porque não acreditava que estava falando aquilo. Ou ainda pior, não conseguia falar aquelas palavras com facilidade. Nunca foi o seu forte. "Você acredita naquilo?" Matteo perguntou incisivamente, mesmo que deixasse o significado pairar entre eles. Falar exatamente sobre o que se referia talvez deixasse as coisas reais demais. Porém, deveria ser esse o motivo para que ela depois de tanto tempo voltasse a sua atmosfera, não era? Olivia e Matteo eram quase como água e óleo, mesmo que o feed curado do instagram pudesse fazê-los parecer almas gêmeas e as aparências físicas fosse significantes, eles eram muito diferentes. Ela era aberta e espontânea, poderia até ser uma fachada, mas Liv gostava da atenção. Enquanto para Matteo, a atenção era quase um fardo. Ele tinha que manter o interesse alheio para o seu próprio bem financeiro, mas como os outros testavam sua paciência. Mesmo com as suas respostas ríspidas ele não conseguia paz. Apesar de opostos, isso não queria dizer que não pudessem... ser algo. O que quer que aquele algo fosse. Ou foram. Ainda não sabia bem definir. Tudo havia sido infinitamente mais fácil quando eram um acordo de benefício mútuo.

Foram Sete Anos. Matteo Gostaria De Pensar Que Ele Não Era A Mesma Pessoa Que Sete Anos Atrás, Mas

Observou o gesto de Matteo – sempre no controle, sempre metódico. Mas agora, a Olivia que se encontrava diante dele não era mais a mesma, e ela sentia uma estranha mistura de nostalgia e frustração ao encará-lo. Ele continuava com a sua aparência imutável, mas havia algo nos seus olhos que ela reconhecia: o desconforto, a sensação de que ele estava tentando se esconder de alguma coisa, ou de alguém – neste caso, dela. Ela se forçou a desviar o olhar por um instante. Precisava encontrar palavras, mas elas estavam presas em sua garganta. O simples “é bom vê-la novamente” a atingiu de forma inesperada. Aquilo parecia tão... vazio. Por um momento, Olivia quase quis revidar. Dizer algo frio, como fazia com os outros, mas uma parte dela queria que fosse diferente agora. E ela pensou se ele estava esperando por isso. Olhou para ele novamente, com mais intensidade, buscando alguma resposta nas expressões contidas dele. “Então...?” Ele tentava puxar a conversa, mas parecia distante, desconectado, e isso a incomodava. Ela respirou fundo. “ Eu sei que não fui fácil de lidar. ” disse ela, as palavras saindo mais suaves do que imaginara, a voz baixa torcendo para que apenas ele pudesse ouvi-la. “ Aquela coisa toda, a mensagem fria e impessoal, o término... Eu deveria ter sido mais honesta com você. ” Não que ele tenha sido, também, ela pensou. Sentiu o peso das palavras, como se um peso tivesse sido tirado de seu peito. “ Acho que ambos fomos imaturos naquela época. Fui impulsiva, não pensei nas consequências, e você... foi distante, como sempre. ” Olivia baixou os olhos por um momento, observando os próprios dedos se entrelaçarem entre si. Um ato de nervosismo que não era comum vê-la reproduzindo, sempre tão autêntica e confiante. Não queria que sua vulnerabilidade transparecesse demais, então ergueu o rosto novamente. “ Eu sei que não foi certo, mas acredite, naquela época, eu não sabia o que fazer. Não sabia como lidar com tudo o que estava acontecendo dentro de mim. ” Ainda soava enigmática, incerta se deveria se abrir tanto com ele, ali em público, na primeira conversa, sem sequer saber se ele sentia o mesmo arrependimento por suas ações. Dessa vez, o seu olhar era firme, como a Olivia cheia de si que todos conheciam. “ Eu só queria que você soubesse que... eu lamento. Lamento como terminei tudo, lamento como agi. Eu não deveria ter feito aquilo, nem daquela forma. ” Havia uma sinceridade em suas palavras, um lado dela que não costumava deixar transparecer. E, céus, como ela torcia para que ele dissesse algo semelhante. Que também se arrependia de como respondeu àquela mensagem, que concordava que o término foi abrupto e, quem sabe, os dois não merecessem uma segunda chance.

Observou O Gesto De Matteo – Sempre No Controle, Sempre Metódico. Mas Agora, A Olivia Que Se Encontrava

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1 month ago

Matteo não respondeu de imediato. O olhar dele percorreu o rosto dela, demorando meio segundo a mais nos olhos — como se estivesse tentando decifrar o que ela realmente queria dizer por trás do deboche. "Eu não julgo." A voz saiu baixa, quase rouca, e seus ombros rolaram quase automaticamente. Seu olhar deslizou para a maquiagem discreta, nada característica de Scarlett, depois voltou para os olhos dela. "Quando eu disse que sou santo?" Perguntou com curiosidade. Scarlet, Aleksander — eles não pareciam entender a diferença entre ser calado e ser santo. Matteo enfiou as mãos nos bolsos do casaco, os ombros levemente tensos, e desviou o olhar por um instante. Parecia que ia embora. Mas não foi. "Você devia ser mais legal — afinal, a gente está no mesmo buraco." Existia uma chance da Scarlett ser sua alma gêmea? Sim. Ele iria sequer entreter aquela possibilidade? Absolutamente não. Mas era assim que ele se sentia com a maior parte do grupo.

Scarlet odiava ir à igreja, mas ao menos uma vez por mês dava o ar da graça apenas para manter as aparências, principalmente pela relevância de sua família e para manter a imagem de "boa moça", que convenhamos, boa parte das pessoas daquela cidade sabia que não era bem assim. Conseguia atuar perfeitamente, se mostrando atenta ao sermão e até mesmo fazendo as rezas que sabia de cor. A maquiagem que geralmente era pesada e com um batom vermelho chamativo, hoje era algo tão leve que era quase imperceptível. Quando acabou, cumprimentou as pessoas que estavam ao seu lado com um belo sorriso, mesmo que fosse falso, ninguém sequer notaria isso mesmo... Ou foi o que pensou quando Matteo se aproximou. - Como pode ver, estou intacta. Mas você não é bem um santo também para me julgar, não é mesmo? - O respondeu em um leve tom de deboche, e no mesmo tom de informalidade que, não sabia em qual momento ao certo, adquiriram essa "intimidade" para tal.

Scarlet Odiava Ir à Igreja, Mas Ao Menos Uma Vez Por Mês Dava O Ar Da Graça Apenas Para Manter As

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3 months ago
❝ I'm Bringin' Sexy Back, Them Other Fuckers Don't Know How To Act ❞ ― Justin Timberlake
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❝ i'm bringin' sexy back, them other fuckers don't know how to act ❞ ― justin timberlake

matteo bianchi, também conhecido com 'o crossfiteiro' moodboard | 1/∞

( @khdpontos )


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3 months ago

A única resposta que tinha para aquilo era revirar os olhos. Não era sua preocupação — nem do seu interesse — o que se passava na cama de Camilo, mas obviamente era uma das (poucas) coisas que ele poderia indubitavelmente criticar Camilo. Ao menos a moralidade do homem, ou a falta dela, nunca o deixava na mão. Era incrível sua habilidade de ser... Previsível. Era como se Camilo quisesse que todo mundo o visse apenas como uma imagem caricata de quem realmente era. O personagem mais clichê de uma comédia romântica, mas nesse caso fazendo de tudo para não entrar em num arco de rendenção. A mandibula se contraia involuntariamente — Matteo não se importava. Camilo podia fazer um bacanal que não era da sua conta. Não tinha nenhuma interação com Camilo em que ele enxergasse a possibilidade de acharem um meio termo naquele campo de batalha, que pudessem ao menos ser cordiais. Matteo estaria disposto à deixar de lado ao menos os insultos vazios e as ironias desnecessárias, mas Camilo não parecia interessado numa trégua e ele não estava disposto a tomar todos os tiros para ser alguém melhor.

Novamente, não era completamente imune a alfinetada trocada pelo mauricinho, mas ele não deixaria Camilo saber que aquelas palavras o incomodava. Não precisava de um lembrete de como as informações fugiam da sua mente ou se embaralhavam com outras informações de forma a se tornarem quase incompreensíveis. Não precisava ser lembrado de que ele não havia graduado com honras e que a universidade não estava nos seus planos. Não precisava ser lembrado que era sorte que havia conquistado e chegado aonde havia chegado, e o resto ele colocava nas mãos de gente que conseguia lidar com as informações de maneira estratégica, da forma que ele não conseguia. Ele confiava nos outros para guiar o seu destino. Mas não precisava de Camilo para lembra-lo daquilo de forma alguma. Sua mente indo a mil milhas por segundo e ainda assim ele não conseguindo ter as mesmas conclusões óbvias que os outros era um lembrete constante que ele não estava na mesma frequência que todo mundo. Seus músculos se contrairam com o toque. Instintivamente, ele se arrumava para a batalha, mesmo que aquela fosse apenas metafórica. Não iriam trocar tapas, nem socos, e aquilo era um testamento à sua determinação de não levantar a mão para Camilo. Para parecer menos tenso e deixar a foto mais natural, Teo levou a mão até o meio das escápulos do mais velho, olhando para o fotógrafo numa tentativa de tirar a mente do toque bizarro. Vestígio de uma realidade paralela onde talvez Camilo e Matteo se dessem bem. Com a aproximação súbita, Matteo quase deu um passo para trás instintivamente, sentindo o hálito quente de Camilo em sua pele; e o calor eriçando os pelos na sua nuca desconfortavelmente. Idiotamente, ele culpava a maldição, mesmo que não acreditasse naquilo. O fato de toda aquela fábula envolver os dois de certa forma era a única razão pelo qual ele sequer estava desconfortável naquela proximidade. Ele precisava colocar a distância entre eles novamente. "Por que você está preocupado com meu tamanho, Ricci?" Levantou a sobrancelha, tentando manter o sorriso falso que falhou por um momento. Ele não gostava de ser provocado, muito menos ele gostava de ter que dar satisfação para Camilo. Mas maldito seria se não o respondesse. "Eu ainda posso quebrar você no meio." As palavras duras possuiam grande dissonância com o sorriso que dava para as câmeras, mas tudo fazia parte do teatro e ele já tinha muito treinamento em manter um sorriso para as lentes agora que havia se recomposto o suficiente. "Ou que tal pergunta para Olivia? Ela não tinha nenhum problema com meu tamanho," forçou um sorriso amarelo para o outro. Se tinha algo imperdoável para Camilo, aparentemente, era o fato de Matteo ter namorado Olivia. Pelo que entendia, Olivia nem era ao menos para ser a pessoa que era prometida a Camilo. Era a sua irmã. Era ridículo que ele achasse que podia conquistar Liv com as coisas de família quando ela não seria nada além da segunda escolha.

A única Resposta Que Tinha Para Aquilo Era Revirar Os Olhos. Não Era Sua Preocupação — Nem Do Seu

tudo bem, sabia (beeeem lá no fundo) que não era justo considerar matteo um completo idiota. o próprio camilo não era a pessoa mais academicamente brilhante, embora compensasse com a esperteza safada adquirida durante a vida. acima de tudo, ricci sabia o que era ter pessoas duvidando de suas capacidades e do quão frustrante aquilo podia ser. se ele tomasse um tempo para olhar o mundo além do próprio umbigo, reconheceria que todas as suas provocações não apenas eram maldosas como equivocadas. se matteo fosse assim tão incapaz, como o mais velho estava acostumado a provocar, não teria tanto sucesso. mesmo um rostinho bonito - e um corpo melhor ainda - não seriam suficiente se ele não tivesse nada além para oferecer. mas de todos os momentos em que camilo poderia se disponibilizar a enxergar o outro por lentes mais gentis, aquele com toda certeza não era um deles. especialmente não quando toda aquela conversa de alma gêmea trouxera à tona mais do que nunca o ressentimento por olivia, e todo o sentimento de insuficiência que agora parecia querer instigar em bianchi apenas por despeito. "não se preocupe, isso está na minha lista para mais tarde." instintivamente os olhos buscaram caterina, a jovem loira casada com o presidente do banco da cidade vizinha, um homem pelo menos trinta anos mais velha que ela. então voltou a focar no adversário à frente, particularmente frustrado por sentir que ele era o único a lidar com aquela situação como se fosse uma competição.

ele preferia presumir que matteo simplesmente não era capaz de devolver suas provocações do que acreditar que o mais novo apenas não o considerava merecedor de seu tempo e esforço. talvez se ele engajasse naquela briga que camilo constantemente provocava, eles se socariam uma ou duas vezes e seguiriam em frente. mas não... toda vez que matteo se mantinha suficientemente controlado diante de cada provocação era como um golpe por si só. "é, você não é conhecido por saber muita coisa mesmo." respondeu, o tom repleto de cinismo. antes que pudesse ser ainda mais indelicado, um fotógrafo se aproximou solicitando uma foto. ricci concordou e ajeitou a postura ao lado de bianchi, erguendo o queixo para compensar os míseros dois centímetros que ele jamais admitiria separarem os dois. a mão esquerda se escondeu no bolso da calça e a direita foi até o ombro alheio, em uma espécie de abraço, dando uns tapinhas como se fossem amigos de longa data. não deixou de notar duas coisas: primeiro, o quão enorme eram as costas largas e musculosas do rapaz. ele próprio tinha um físico muito atraente, mas não era tão forte. segundo, o perfume que lhe atingira o olfato provocando uma reação absolutamente diferente do esperado. ele costumava se lembrar do cheiro das pessoas com facilidade, mas não se recordava de que matteo cheirava tão bem. especialmente para um homem das cavernas. talvez fosse a primeira vez que se aproximava dele sem ser após horas de exercício. franziu ligeiramente o cenho para os próprios pensamentos ridículos, um pequeno riso escapando e se camuflando bem como algo intencional para a foto. entre um clique e outro, aproximou o rosto do ouvido alheio, como quem está prestes a contar um segredo. "só te achei meio magrinho. acho que precisa tomar mais whey. ou bomba, sei lá o que você usa"

Tudo Bem, Sabia (beeeem Lá No Fundo) Que Não Era Justo Considerar Matteo Um Completo Idiota. O Próprio

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2 weeks ago

Matteo sustentou o olhar dela por um instante longo demais, os olhos escuros parecendo pesar cada palavra dita. A sinceridade de Scarlet não o surpreendia — ele sempre soube que, para ela, ele era pouco mais que uma lembrança apagada. Mesmo assim, alguma parte dele, pequena e teimosa, se encolheu diante da confirmação crua. Ele passou a língua pelos lábios, num gesto distraído, e soltou um suspiro baixo, quase um riso sem força. A mão subiu até a nuca, bagunçando os cabelos antes alinhados para o sermão. Matteo olhou para o chão, para as rachaduras no cimento, como se ali encontrasse a única resposta verdadeira.

Quando falou, a voz saiu rouca, arranhada pelas coisas que não dizia. "Não muda nada, Scarlet," deu de ombros, mas o movimento era mais pesado do que queria deixar transparecer. "Só achei… que talvez fosse menos insuportável. Pra todo mundo," ergueu o olhar de novo, a expressão cansada, mas havia uma ponta de desafio ali, algo quebrado e orgulhoso demais para se render completamente. Ele estava cansado de todos eles agindo uns contras os outros — não era como se ele quisesse estar naquela situação.

"E não, não tô esperançoso. Nem burro a esse ponto." A boca puxou um sorriso torto, sem humor. Ao contrário do que todos achavam, Matteo não era esse nível de burro — não confiava cegamente naquele grupo. Ele precisava fazer o que podia se quisesse chegar na verdade. "Bem, talvez seja melhor parar de tentar achar lógica nas coisas." Matteo enfiou as mãos nos bolsos da calça, balançando o corpo levemente para trás como se se preparasse para se afastar. Mas ficou parado ali, preso numa linha invisível que ele mesmo não conseguia atravessar.


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3 months ago

A hostess se aproximou da mesa com um homem que definitivamente não era quem ele esperava e estava pronto para contradizer, mas a expressão resoluta da mulher e as palavras que se succederam do homem deixou claro que ele estava onde deveria estar, por mais confuso que fosse. "Encontro?" Matteo repetiu sem entender o que estava acontecendo. Ele achou que iria encontrar o próprio amigo. Será que tinha entendido tudo errado? Óbvio que Nico estava achando graça em toda essa coisa de alma gêmea e tinha que fazer algo cômico, as suas custas. E óbvio que ele iria colocar Matteo com... Aaron? Lembrava vagamente do outro na cachoeira, mas nunca tiveram muito contato antes. A cidade é pequena e, em certo nível, todo mundo se conhece, mas além do nome e de onde o homem trabalhava, seu conhecimento sobre o outro acabava ali. Ao menos, o fato dele não saber nada sobre Aaron fazia ele ser mais provável de ser sua alma gêmea, pelo benefício da dúvida. Ainda confuso com as circunstâncias, Nico deveria ter dito as palavras de uma forma que o deixasse confuso porque saberia que se ele tivesse sugerido um encontro às cegas, Matteo jamais teria aceitado. A sua vida amorosa não era tão humilhante assim. Ele poderia ter quase todo mundo que quisesse, o problema era querer. Não era como se esperasse exatamente um grande romance, nem nada desse gênero, mas Matteo achava que não tinha tempo a perder em relacionamento vazios. Se não tinha um mínimo de excitação nesses relacionamentos, porque perderia seu tempo dando atenção para outra pessoa quanto ele mesmo precisava do seu foco total. "Matteo," disse, pegando a mão do homem e cumprimentando brevemente. Parte dele gostaria de correr, deixar todo o encontro para trás, mas toda a história de maldição o estava deixando curioso. E também estava curioso para saber o que aqueles que estavam envolvidos também achavam. "Por que eu saio no lucro? Você é uma ótima alma gêmea ou algo do tipo?" Perguntou, apertando os lábios num rápido sorriso entretido enquanto se sentava na cadeira em frente e pedia uma água com limão.

A Hostess Se Aproximou Da Mesa Com Um Homem Que Definitivamente Não Era Quem Ele Esperava E Estava Pronto

Aaron ergueu os olhos do cardápio assim que ouviu passos se aproximando. Ele já estava considerando que teria que sair dali em mais alguns minutos, só para poder dizer que tentou. Mas, ao ver quem a hostess estava guiando alguém até a sua mesa, arqueou uma sobrancelha. "Hm...Você definitivamente não é o que eu esperava." Blackwell acabou murmurando sem querer. Quando aceitou ir a um encontro às cegas no lugar de Nico Cagni — depois de perder uma aposta — jamais pensou que seu date pudesse ser um homem. Fechou o cardápio com calma e o apoiou sobre a mesa, inclinando-se ligeiramente para frente enquanto estudava o outro. Por fim, quando viu a atendente se afastar, decidiu se levantar, estendendo a mão na direção do moreno. "Aaron Blackwell, prazer". Indicando a cadeira vazia em sua frente, como um convite ao que quer que fosse aquilo, Aaron voltou a se sentar. "Sei que não sou o que você estava esperando, mas Nico não podia vir a esse encontro e pediu que eu viesse em seu lugar. Normalmente eu não faço esse tipo de coisa, mas...", deu de ombros. "Tinha uma dívida para pagar". E existem formas piores de pagar do que ir para um encontro. "Bom, já que estamos aqui, podemos pelo menos pedir algo. O vinho e a comida já estão pagos por Cagni, e eu definitivamente não vou recusar um jantar decente." Levantou um pouco a taça que já tinha em mãos e lançou um olhar divertido para o rapaz, que parecia confuso. "Bom, e considerando as opções, acho que você saiu no lucro."


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